sexta-feira, 31 de julho de 2009


DESCOBERTA DAS PALAVRAS (por Biba)
Júlia, minha filha, com saudades da irmã, liga pra Biba (Bárbara) e diz:
- Oi irmã, você tá boa?
- Tô. Que dia você vem aqui, rimã?
- Não sei, Bibinha, talvez no próximo feriado,
...........

(do outro lado, Biba fala com o pai:
- Papai, o que é feriado? - É o dia que você não tem aula, fica de folga.)
...........
- Rimã, você vem amanhã de manhã?
- Não, vai demorar mais um pouquinho... Bibinha, e as novidades?
............
(-Papai, o que é novidades? - É quando você fica na casa da vovó passeando, brincando, conhece a Ana Luísa...)
- Julinha, novidades foi na casa da vovó Concita.

ELEVADOR PRIVATIVO NA PORTA DO CÉU (parte I)

Conversando ontem com um colega e debatendo sobre o nosso destino de servidores do Judiciário, ele me saiu com uma tirada muito boa: "T., estamos condenados à infelicidade pelos nossos pecados de cada dia somente pelo fato de trabalharmos aqui nesse "complexo de julgadores", afinal um dos mandamentos do Senhor é 'não julgarás!'" .

Partindo essa pérola de um ateu, caí na gargalhada, rimos juntos, mas fiquei com essa indagação me cutucando, principalmente porque no dia-a-dia nos deparamos com um número de pessoas muito insatisfeitas naquele local.

Voltei, então, há mil anos atrás e me recordei que, já lá nos meus tempos de estudante de direito, eu me considerava uma estranha, um ET, tão diferente me sentia no meio dos estudantes daquela faculdade (eles não participavam de nada, fosse uma manifestação pró ou contra qualquer coisa, mas só se interessavam por aquilo que dizia respeito aos seus próprios interesses, era como se o mundo lá fora não existisse).

De todo modo, achava que era porque me encontrava numa cidade (Goiânia) com valores um pouco diferentes dos meus - mais tarde descobri que não era nada disso.

Ainda hoje me recordo - e olhe que minha memória é péssima - uma aula de sociologia política, na qual discordei de uma das teses, para além de reacionárias, idiotas mesmo, do professor, e ele, com sua cara dura e feia, disse: "você sabia que, com essas idéias, pode ser reprovada?"

De outra feita, numa eleição pra Reitor, na qual fiz campanha pro candidato da "ala esquerda" contra um professor da FD, quase me tiraram a camiseta de campanha que vestia em sala de aula.

Sem falar, ainda, num professor X que disse não poder criticar Hitler porque não estava lá pra saber verdadeiramente o que ocorreu (ah, tá...).

Aliás, foram tantos os episódios grotescos que me ocorreram naquele local que me perguntava sempre o que me levara a um caminho tão diverso do que imaginei pra mim...(o que me salvava era fugir pra biblioteca da praça universitária e ler tudo que NÃO fosse da área jurídica ou ficar conversando horas a fio com W. ou M. - por quem nutria uma paixão secreta).

Digo isso pra procurar entender "o pano de fundo" da seriedade (ou seria infelicidade?) que teima em fazer dos órgãos da Justiça um local tão diferente e sisudo: a começar pelas roupas travestidas "de pessoa jurídica" que somos obrigados a aturar e, justiça seja feita, já melhorou muito nesses anos todos!

O fato é que trabalhar com pessoas em conflitos, sejam emocionais ou jurídicos, deve ter algo de pecaminoso mesmo, como dizia R., haja vista sermos obrigados a lidar, infinitamente com processos que, como formigueiros, não acabam nunca, além de ter que lidar com deuses, semi deuses, quase-deuses e "gente', finalmente.

Não é tão fácil, porque a relação humano-divina humilha e espezinha os seres humanos, afinal deus não erra, não tem pecado, sequer original e nós, gente, continuamos na via Sacra. Jesus que nos socorra!

quinta-feira, 30 de julho de 2009



DIAS DE SETEMBRO

Saltei setembros em busca de horas que insistia minhas.
Destemperada, solta e sozinha
Buscava em dias transformados em meses perdidos nos anos
palavras e tronos já donos de si mesmos.

Quem era aquela em dias que já não são setembro?
Aquelas dores e amores falam por quem?

As palavras de outrora já têm seus donos
Perdidas em avenidas e cheiros entre os mendigos que procurei
para aliviar minha dor.
Hoje, num céu que continua sem dono
- de novo acompanhada de mim mesma -
Já não busco as primeiras chuvas,
Porque ainda hoje chorei
Falei de mim
E recomecei a nascer
Neste mês que não é outubro.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Calma aí, gente, tô tentando achar uma poesia que escrevi há muito tempo com o mesmo nome dado ao blog e que gostaria muito que fosse a minha primeira postagem, então tenho que procurar mais um pouco (o pior é achar no meio da minha bagunça e depois de tantas mudanças!).