quinta-feira, 6 de agosto de 2009

DOSTOIÉVSKI – AS SEMENTES DA REVOLTA (1821 a 1849), Joseph Frank


Acabei de ler esse que é o primeiro volume, dentre cinco, sobre Dostoiévski.
A quem se interessar, transcrevo a resenha da EDUSP sobre o livro (não vou falar sobre porque correria o risco de falar bobagens, deixo a resenha lá pros prof., quando eu for "grande", quem sabe?):
"[...] é o primeiro de uma série de cinco volumes dedicados à biografia do grande romancista russo que a Edusp pretende editar em sequência. Mas o ambicioso e magistral trabalho de Joseph Frank é bem mais do que uma biografia convencional ou um estudo de 'vida e obra' como tantos outros. Baseado em profundo domínio das fontes históricas e em exaustivo uso de toda a sorte de documentos e informações sobre (correspondências, memórias, testemunhos, críticas), Joseph Frank constrói o perfil do artista em formação, articulando os dados do ambiente sociocultural em que ele viveu com as ideias, valores, sentimentos e conflitos que moldaram sua personalidade, e as influências artísticas e intelectuais que formaram seu pensamento e seu estilo. Observando a vida de Dostoiévski pela óptica de sua obra, Joseph Frank pretende levar o leitor a compreender, na qual a vida se transforma em arte”. E, com isso, deixa no leitor a impressão de conhecer intimamente não só o homem, mas principalmente o escritor Dostoiévski, seus personagens, suas obsessões e seus temas.
[...] trata dos primeiros anos da vida de Dostoiévski: o ambiente familiar em Moscou; a formação cultural e religiosa que teve tanta influência em sua literatura da maturidade; o dilema entre a vocação literária e a carreira militar à qual lhe destinara o pai; as raízes de seus laços de amizade, especialmente com o irmão mais velho Mikhail; a mudança para São Petersburgo; os primeiros contos e novelas, e seu retumbante ingresso nos círculos literários da cidade, a partir da entusiasmada acolhida que seu primeiro romance, Pobre Gente, recebeu de Vissarion Bielínski, o todo-poderoso crítico da literatura russa de meados do século XIX. Descrevendo a trajetória de Dostoiévski pelos círculos literários de São Petersburgo, Joseph Frank traça um quadro dos debates culturais, literários, políticos e ideológicos da época, a progressiva perda de influência do romantismo e a ascensão do realismo, a polêmica entre o socialismo utópico e o hegelianismo de esquerda, e seus efeitos na vida cultural e política do período. São especialmente importantes na sociedade, nos meios intelectuais e no pensamento de Dostoiévski, nesse momento, a campanha pela emancipação dos servos e os primeiros contatos com as idéias socialistas, vindas da França, por intermédio das obras de Saint-Simon e Fourier e dos romances 'sociais' de escritores como George Sand e Victor Hugo, entre outros. A influência desses romancistas, ao lado da de Gógol e Púchkin, especialmente, na obra de Dostoiévski é analisada à medida que Joseph Frank reconstrói suas chamadas 'novelas de juventude', como O Duplo, Noites Brancas, Niétotchka Niezvánova e o precioso conto Prokhartchín. Relata também seu envolvimento com as atividades políticas de um grupo revolucionário secreto, que originou sua prisão e condenação ao exílio na Sibéria.
Como biógrafo e historiador consciencioso, Joseph Frank não poderia deixar de abordar a conhecida tese de Freud sobre Dostoiévski, publicada no famoso artigo 'Dostoiévski e o Parricídio', dedica um Apêndice do livro especialmente para discutir as conclusões de Freud, refutando-as, 'no interesse da verdade histórica', com os elementos biográficos levantados em seu estudo de mais de vinte anos sobre o romancista.
O que mais impressiona no livro Joseph Frank é que, apesar da enorme massa de documentos e informações de que ele se vale, em momento algum o texto transparece vaidosa erudição ou estende-se em discussões teóricas. Ao contrário, o livro adota um tom irônico, outras, emocionado e caloroso, mas sempre vivo, elegante e de leitura fluente e acessível."

A tradução é de VERA PEREIRA.



Blogs, terapias, tarjas pretas, caras e EU

Uma amiga hoje, perguntou: - o blog serve mesmo pra quê? - É como um site, pra escrever o que se quer, respondi.

Na verdade, escrever num blog, todos os dias ou vez e outra, serve para o "quê" mesmo?

No meu caso, inicialmente, achei que talvez fosse um modo de me disciplinar para escrever (habituar-me a escrever com mais frequência), falar do que me viesse à cabeça, desafogar das minhas mágoas e do cansaço de outras atividades, postar minhas poesias, etc.

Mas, se bem avaliarmos a questão, ela é bem mais profunda, não chega a ser oceânica, mas dá uma boa terapia, a depender da sua propensão à psicanálise/psicologia ou até uns tarjas pretas lá no Dr. Raphael.

Isso porque, conforme elenquei aí encima, os motivos que me levam a escrever poderiam ser satisfeitos diretamente numa pasta de word, já que poderia escrever e arquivar, e, vez ou outra, poderia olhar, respirar fundo e me dar por satisfeita.

Não, não é bem assim: na verdade, acho que quero mesmo é ser vista, ou melhor, lida, ainda que tenha passado o meu blog pra umas 8 pessoas no máximo, que poderão passar pra tantas outras...também, se quiserem, podem me achar no google hehehe...e eu na fita, pois não é, sua sabida?

De todo modo, talvez seja uma forma de desabafar num "consultório universal", compartilhando meus sentimentos com pessoas diversas, conhecidas ou desconhecidas, não interessa (nossa, tá piegas isso!).

Porém, pode ser que não se aplique qualquer teoria, seja uma vontade de me "amostrar", a minha "caras", sei lá, entende?