sábado, 8 de agosto de 2009

O ASSALTO QUE NÃO FOI

Lendo um artigo hoje do João no oantropolicomaltrapilho.blogspot.com, no qual ele faz uma reflexão sobre o preconceito, lembrei de um fato, quando, recém chegada à Brasília, fui visitar uma prima que mora em Planaltina.
Sem saber me locomover direito aqui, errei o caminho e fui parar num setor de chácaras de Planaltina, local meio ermo e pra mim totalmente desconhecido. Já preocupada, depois de andar muito sem saber onde estava, vi dois rapazes jovens, no que me aproximei e perguntei onde estava e como faria pra sair dali, etc. Os rapazes, educamente, me informaram tudo o que eu queria saber e senti um alívio.
No que eu estava saindo, um dos rapazes me perguntou se eu poderia levá-los até um deteminado local, onde eles iriam ficar. Num átimo, ainda que preocupada de dar carona pra dois desconhecidos, principalmente por estar acompanhada da minha filha, respondi que sim.

Eles sentaram no banco de trás do carro, conversamos algumas bobagens e me bateu, não vou mentir, um medo de que eles fossem marginais e cometessem algum assalto ou violência conosco.

Mas não, chegando ao local que ficariam, desceram, agradeceram e repetiram o caminho que eu deveria seguir dali em diante.

Chegando à casa da minha prima, todos me deram uma bronca, dizendo que foi "maior perigo" ter dado a carona àqueles moços.

De fato, fiquei pensando que talvez tivesse corrido um risco, mas eles foram tão gentis que eu não poderia recusar uma carona, seria um absurdo da minha parte não auxiliar alguém que havia acabado de me tirar do sufoco.
Ninguém se convenceu e eu prometi não repetir mais o feito.
De todo modo, fiquei me perguntado sobre esse comportamento nosso de achar que todo desconhecido e morador de um local mais empobrecido possa ser marginal.
Ainda hoje, quando conto essa história, me falam: - Você poderia ter sido assaltado ou até violentada. Certo? Só que "poderia", mas não fui, os rapazes eram gente do bem.