quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Divórcio: "raspas e restos me interessam"


Quando me separei foi aquele caos: um dos piores momentos da minha vida. Acho que G.Gil (sim, ele mesmo!) foi quem (não) me deu a maior força: Os pecados são todos meus/Deus sabe a minha confissão/Não há o que perdoar/Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão ..., DRÃO
Minha filha, então com 6 anos, se revoltou muito, principalmente, porque despejou, junto com alguns da minha família, “a culpa” e o fim do casamento, em mim, afinal o pai dela fez esse favor de informá-la dessa forma, ou seja, o inferno que ela estava vivendo era exclusivamente em razão da minha (ir)responsabilidade.

Lembro-me que tentei dissuadi-la daquela opinião, esclarecendo sobre aqueles papos de casal em crise: melhor assim que viver brigando, o amor acabou, a vida continua, muitos dos seus coleguinhas são filhos de pais separados e são felizes e dá-lhe convencimentos...

Não adiantou muito. Àquela época, criança que era, restavam muitas dúvidas na sua cabeça, talvez não persistam mais (a vida gira!), mas isso já não me importa nem um pouco, tenho outras preocupações e sei que tentei e tento fazer o melhor, óbvio, que nem sempre consigo. Se erro ou não, há Nietzsche para me salvar.

Além do que, essa mania de filho achar que mãe é heroína é muito chato, somos o que somos, seres humanos com qualidades e defeitos e Freud e Deus e tarjas pretas tão aí pra qualquer crise pior.

O fato é que lá se vão 7, 8 anos (?) que me separei, perdi até a conta, Júlia já é quase uma moça e, hoje, quando perguntam a ela (imbecis existem!) sobre a possibilidade de viver com o pai e a mãe juntos na mesma casa, ela descarta e já não se reconhece como filha de um casal, mas de pessoas que se amaram e a procriaram, mas, finda a relação, tocaram seus rumos, cada um para o lado escolhido.

De todo modo, tive a sorte de, tempos passados, divórcio realizado, novo casamento de Júnior e a paz foi selada.

Já há muito tempo, tenho uma relação de paz e respeito com meu ex, afinal, quando se tem filho e se odeia barracos e brigas, faz-se necessário engolir alguns sapos, tocar em frente e viver da melhor forma com ex, mulher de ex e filha de ex: de todos é à Biba a quem dedico a minha maior porção de amor (é adorável e irmã da minha filha: como não amar?).

Atualmente, meu ex se hospeda de mala e cuia na minha casa quando vem à Brasília, traz a outra filha, conversamos, bebemos juntos, ainda que mantida uma certa formalidade, e temos a melhor relação possível das “sobras” de um casamento que gerou o meu tesouro, minha filha, a "nossa" filha.

É verdade que, vez em quando, atritos existem, namorados que não aceitam, já que um ex em casa, “dormindo sob o mesmo teto? Claro que isso não dá!”. Aí se explica, conversa e se percebe que uma relação construída com amor, ainda que finito, não pode incluir desamor, há que se ter o mínimo de harmonia e amor fraterno.

Ah! E tem umas piadinhas: - Hum, então vocês são amigos? Ainda deve ter alguma coisa entre vocês! Bom, mas os idiotas e as idiotices a gente deixa de lado.

O fato é que estou tratando desse assunto porque, hoje, Júnior está hospedado aqui em casa, com todas as “obrigações” advindas da hospedagem de um amigo: buscar, levar, conversar, trocar ideias.

Enfim: filha feliz; eu, nem triste nem alegre, apenas eu mesma, tentando a sabedoria de viver com harmonia. E só!


O amor vem primeiro

Luciano, meu irmão amado, me encaminhou hoje, após ler o blog: "36 anos e te conheci nesse blog! Gostei muito, esqueça o do Reinaldo!"

Como ele é filiado ao DEM, havia indicado, além do meu blog , o do Reinaldo Azevedo, mas lá em casa o amor vem primeiro que a política, então, tio Rei, não é que ele preferiu o meu ao seu? hahahaha