segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O "quase" amor

Quando não estou a fim de estudar aquelas matérias de concurso, sempre chatas, que me tiram o humor e o gosto pela vida, fico buscando qualquer coisa que me distraia, tento me enganar: ligo a TV, assisto à novela, busco a internet, lembro de histórias, chego aqui, na minha pasta Word e conto histórias pra mim mesma, faço de mim minha criança, acalento-me e vivo.

Então tô aqui, de novo, pra falar do amor, do quase amor de Luís e Luísa. É brincadeira? Nãããããããããão!

Joana conheceu João ou Luís conheceu Luísa, tanto faz, os nomes não importam e nem é preciso dizer como se conheceram nem porque nem quando.

O fato é que se encontraram. Ele foi buscá-la no aeroporto, ela tímida, havia procurado roupas e roupas antes da viagem, nenhuma havia ficado bonita e marcante o suficiente para um primeiro encontro, mas como não poderia ir pelada, teve que escolher aquela, se achando horrível, afinal não gostava de se maquiar, a cara tava limpa, mas resolveu colocar um salto 15 pra impressionar, 1,85m, ele não poderia ficar indiferente, mas o susto dela foi maior, se deparou com um homem alto, louro, lindo, charmoso, quase um George Clooney.

Aproximaram-se um do outro, beijo na boca de leve; ela, querendo morrer de tanta vergonha; ele, seguro, leonino, nem aí, leve e solto, abraçando-a, ela suando e se desfalecendo. Estava prestes a ter uma daquelas típicas crises de pânico, mas ele a socorreu, sugeriu um café ali mesmo, ela aliviada, pediu uma água, olhava pra ele: - Perfeição demais! Dizia pra si mesma. –
Não queria aquilo! Nunca gostara de homens tão belos e perfeitos. Sempre ficara com um pé atrás.

Conversaram, falaram da ansiedade, do desejo, de se conhecerem melhor, mais beijos, menos conversas e ela se apavorou. Pediu licença pra ir ao banheiro. De lá, com apenas a bolsa a tiracolo, passagem de volta na mão, foi pra livraria, comprou uma revista, sentou-se num canto, escondeu a cara como se estivesse lendo ou como se fosse um bandido, à espera da partida.

Nunca mais voltou, nunca mais o viu, ficara ele com o seu melhor: a mala com suas melhores roupas e a sua pose de libriana dramática e neurótica, como uma noiva em fuga.

Ainda hoje, ele a intriga. Luísa o segue, de forma sorrateira, sabe da sua vida, da sua solteirice incansável, suas viagens, dos seus mundos. Ele vive; ela, escondida, perscruta e sonha.